quinta-feira, fevereiro 14, 2013


I-
Quem és tu, romeiro?

É uma das frases do Frei Luís de Sousa que é mais presente, no nosso quotidiano.
E ao aceitar o convite do meu estimado amigo Paulo Ferrero para colaborar neste “ O Carmo e a Trindade”, que não voltem a cair!,
e porque a memória é uma das nossas perdas fatais, vou contar algumas pormenores de como aqui cheguei.
Espero que o “gulag” de miserabilismo em que nos estão a atolar, sob a sensata e positiva adjectivação de austeridade e sustentabilidade que tem que estar com essa articulada, me possibilite a escrita de um livro sobre a história e segredos, do ambiente, de Lisboa, da politica nesses desde que no rescaldo da revolução de Abril me passei a articular com um pensamento cívico e “alfacinha” e ambientalmente articulado com o liberalismo politico, a radicalidade cívica e os direitos humanos, todos, todos eles.

Bom mas saltando o que não chegou a ser a candidatura do meu querido amigo Carlos Pimenta a presidente da C.M.L. ( contra Kruz Abecassis que desenvolvia outra Lisboa, mais feia, talvez menos porca, mas também com muita maldade), candidatura que iria re-estruturar o mastodonte e criar outras centralidades na cidade ( deixo detalhes para o tal livro...)
com um grupo das mais desvairadas gentes ( e recordo em particular o meu saudoso amigo Manuel Hermínio Monteiro, que no seu entorno deu um empurrão cultural e ousadia a essa!) e com uma ficção chamada movimento “alfacinha” e com o “tio” Gonçalo Ribeiro Telles, e o símbolo e não mais do PPM, candidatámo-nos e roubámos a maioria absoluta ao Nuno Abecassis ( que o P.S. rapidamente, a trocos dos lugares e tachos do costume, lhe devolveu) e durante 4 anos nos empenhámos em semear, o que vieram a ser as hortas e a ligação entre os verdes de Lisboa, ainda incompleta.

Embora tenhamos sido (eu substitui o Gonçalo diversas vezes na vereação) uma oposição com projecto e cidadania tive um convite, pessoal (do também meu saudoso amigo Jorge Ferreira!) para ser vereador independente na vereação seguinte de Abecassis, sobretudo pela minha frontalidade, e oposição a um projecto do P.C.P. para continuar a encharcar Lisboa de cartazes e grafitos, em que cheguei a oferecer-me para responder em tribunal com o então Presidente da C.M.L., para defender Lisboa. A liberdade de expressão não é sujar e degradar o património. E o Nuno Abeccasis a quem me opunha frontalmente politicamente (e isso disse ao Manuel Monteiro, quando recusei!, claro) era um homem bom.

O enquadramento, eleitoral, foi alterado e apareceu a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa e do outro lado Jorge Sampaio. Alinhei com a de Marcelo, que ao contrario de Sampaio, preso pelos compromissos do P.S. era de ruptura com a gestão então vigente.
Perdeu porque os interesses da urbanização a todo o vapor e de uma cidade que não se articula-se amigavelmente ganharam.
Sampaio cativou, todavia, Luís Coimbra para uma vereação folclórica e durante um ano fui chefe de gabinete dele. Apresentámos novamente os projectos do nosso querido Gonçalo e o Luís Coimbra recebeu vários recados para controlar o “seu chefe de gabinete”.
Deixou de os receber que para “jota” e tachismo não tinha, desde sempre, vida nem vértebras.

(continua)

Nota,
escrevo à velocidade que o dedo me permite dar impressão a esse. No português em que aprendi. Por vezes haverá gralhas, que o dedo foge, das quais desde já desculpas peço, que sou pouco de revisão, a não ser do tempo.



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