sábado, abril 30, 2011

Que se lixe o lixo!

ESTE local é um dos muitos referidos nos Prémios António Costa (trata-se do Local E - ver [aqui]), e cuja anomalia foi, felizmente, já corrigida (como lá se indica, em 'actualização'). Aqui, vê-se o ecoponto já na posição correcta (pois deixou de bloquear a saída de emergência do Centro Comercial Acqua).
Como que "para compensar", podemos ver uma senhora que, como se fosse a coisa mais natural do mundo, acaba de colocar o seu lixo na berma do passeio.

A ideia de que «com gente desta não há nada a fazer» é, para mim, cada vez mais clara.

Apontamentos de uma terra sem uma gota de auto-estima

- Não se canse a lavar, minha senhora, que isso não sai assim. E, mesmo que saia, amanhã está outra vez pintado.

sexta-feira, abril 29, 2011

Na terra das leis da treta

NUMA altura de crise como a que estamos a viver, seria de esperar dos poderes públicos (governamentais e autárquicos) que, no mínimo, acarinhassem os transportes colectivos. Mas essa gente não parece estar à altura desse desafio, nem sequer dá mostras de se preocupar com o problema.

Em cima, vê-se uma paragem de autocarros de Lagos, e em baixo uma outra de Lisboa. Nesta, e à medida que se iam aproximando, alguns motoristas da Carris, ao verem o acesso impedido, paravam e davam uma pequena buzinadela de protesto. Como de nada adiantava (apesar de os condutores estarem dentro dos carros!), a solução era fazerem o que se recomenda na imagem de baixo...
A pergunta que aqui se coloca é: a que corresponde, na realidade, este bizarro texto?

Actualização: a resposta pode ser vista [aqui].

quinta-feira, abril 28, 2011

Episódio em Abril

Atribuir a todos nós as culpas da degenerescência da democracia não é, apenas, um disparate: é uma desonestidade intelectual. Todos nós? Sinto instintiva repugnância por quem defende essa tese absurda. Habitualmente, parte daqueles que, de uma forma ou de outra, participaram na redução ou na eliminação da nossa capacidade de agir. De que modo? Obnubilando a nossa aptidão para a reflexão e a análise, através de manipulações várias, em que a imprensa não é a menor responsável. A Igreja, aliás, não está imune a esta mistificação, cada vez mais difícil de hierarquizar.

A terrível tristeza do irreparável, com que pretendem incriminar o 25 de Abril, encontra, afinal, comovente resposta nas comemorações do dia. Muitos milhares de pessoas, e não só aquelas que eram novas e hoje são velhas ou que para lá caminham, mas pessoal novo em grande número, manifestaram-se como que para readquirir a força do sonho e o poder do protesto. Há, aliás, uma tomada de consciência, uma tentativa de compreensão deste tempo, que caracterizam largos sectores da geração mais jovem.

Os valores da solidariedade podem ter uma face subjectiva; porém, as condições históricas geram fraternidades e concordâncias, por vezes inauditas. O PREC criou conflitos de valores inultrapassáveis e adesões surpreendentes. Apontado como causador de todas as nossas misérias, passadas e presentes, qualificava, segundo hábil e inquietante intriga, uma monstruosa conspiração comunista. Ainda há dias, uma das televisões exibiu parte de um discurso de Freitas do Amaral, então presidente do CDS, no qual dizia ser a extinção das classes um dos fins a atingir pelo seu partido. Com uma excepção, todas as organizações partidárias expunham, nos programas, o socialismo como objectivo.

Há quem pretenda reduzir a democracia ao mero formulário do voto. Eis um dos modos de limitar a cidadania, sob uma a máscara de "democraticidade". A melancólica rotina da "alternância" não só impôs uma espécie de "lei do mais forte" como acentuou as desarmonias sociais. Todavia, nada é definitivo e inamovível. O cansaço da sociedade não é, exclusivamente, um factor de descoberta política; mas gera, inevitavelmente, a totalidade das avaliações. A imponente manifestação de segunda-feira, com largas faixas de juventude, é, obviamente, um fenómeno de revolta, nascido do protesto e do entusiasmo. Como ensinou Camus, a revolta conduz, mais tarde ou mais cedo, a situações revolucionárias, produzidas pela impossibilidade que os povos encontram em se libertar da rigidez partidária. Tal como os partidos a inculcam.

Os políticos em cena não me parecem capazes de dar a volta à armadilha. Falta-lhes coragem, tenacidade, conhecimentos, razão - e espírito de Abril



In Diário de Notícias

Foi você quem pediu um novo PDM?

A propósito do debate público (curtíssimo, a meu ver) do novo Plano Director Municipal de Lisboa, convirá falar-se do velho que querem enterrar, o qual, imagine-se, tem vindo a ser acusado sistematicamente de ser o culpado do estado anímico e físico a que chegou a cidade, mormente por proteger em demasia (!) o património edificado, os logradouros, i.e., ter uma visão ultra-conservadora do “fazer cidade” e, por isso, ser castrador do espírito empreendedor dos nossos promotores, espartilhando-os em regulamentos cegos e obsoletos – como se uma cidade necessitasse permanentemente de gruas e estaleiros para mostrar que está a pulsar, ou que nela há qualidade de vida. Valores errados, a meu ver.

Por outras palavras: o PDM em vigor seria o responsável por a cidade estar sem gente, devoluta, apresentar índices de pobreza impensáveis após 30 anos de Democracia, parecer ter sido bombardeada, estar vazia à noite, suja, o comércio de proximidade estar moribundo, a oferta cultural ser exclusiva de nichos, as salas de espectáculo fechadas, o espaço público ser desgraça, o asfalto estar esburacado, etc.

Ora, basta de bater no PDM!

Conviria explicar que o PDM aprovado em 1994 nunca viu cumpridas integralmente as suas ”regras para utilização, ocupação e transformação do uso do solo em todo o território do concelho”. E não viu, logo à cabeça, pelas fartas vezes em que foi violado e suspenso (por despacho), contornado (vide os famosos Planos de Pormenor – hoje ofensivamente em “rédea solta” - e os inqualificáveis PIN). Está como aqueles eleitores que continuam nos cadernos eleitorais mas já desapareceram da face da terra há mais do que uma legislatura. Portanto, não tem sido pelo PDM em vigor que a cidade está como está. Não obstante, ele continua a servir de arma propagandística.

O PDM de 94 não previa já o Plano Verde? E os logradouros ocupados em mais de 20%, sempre foram desocupados? Algum edifício incluído na Carta de Património foi protegido por isso? Monsanto, já deixou de ser “banco de terrenos”? As zonas envolventes dos edifícios classificados são respeitadas? A lei do ruído? O sistema de vistas? A obrigatoriedade de fazer obras de conservação periódicas nos edifícios? E medidas concretas quanto à gestão metropolitana dos transportes públicos?

Por isso, quando me falam do novo PDM ser mais moderno, deixar de ser autoritário, ir incentivar os empreendedores em vez de os convidar ao absentismo, etc., fico de pé atrás... e penso no que se prepara em Lisboa por via da futura autorização de mudança de uso, se aprovada pelo PDM, para os grandes equipamentos públicos (hospitais, prisões, quartéis) em processo de alienação…




In Jornal de Notícias (28/4/2011)

Objectivo: 1 milhão

Políticos

Entrou no discurso diário e todos os dias ouvimos, a tantos, que os políticos "são todos iguais e trouxeram o País a esta situação". Todos sem excepção! A consequência imediata é a afirmação de que não irão votar. Tanto faz: são todos igualmente maus.

Quando analisamos, de forma sumária, a história do nosso País, velho de séculos, notamos que várias vicissitudes nos fizeram perder, desde há cerca de 600 anos, valiosos elementos: uns partiram para a Índia, o Brasil, a África. Ao contrário, a maior parte da nobreza e senhores feudais deixaram as terras e foram viver para as Cortes, perto do Rei, já nessa altura preferindo a facilidade da mesa do orçamento às tarefas árduas e menos rentáveis.

Segue-se a expulsão dos Judeus, a instalação da inquisição em Portugal, com a perseguição e morte de pessoas livres e qualificadas. Vem a ocupação por Castela durante 60 anos, com a delapidação da nossa economia, terminando com a destruição dos nossos navios, obrigados a integrar a Armada Invencível, destroçada na Guerra com a Inglaterra. E depois as invasões francesas, com a fuga do Rei e da Corte para o Brasil, que a seguir se torna independente com D. Pedro, que foi o primeiro no Brasil, o quarto de Portugal. Uma guerra fratricida destrói o País anos depois.

A 1ª República. As suas convulsões sociais. A 1ª Guerra Mundial, com os nossos mortos e estropiados. Salazar: a ditadura, a miséria para muitos, a fome para outros. A emigração principalmente para a França e a Alemanha. A Guerra Colonial.

O 25 de Abril: a Liberdade. Poucos anos depois, uma fase de desenvolvimento, logo seguida de uma outra de delapidação de recursos a partir de 1995. A não concretização das promessas sociais. Agora Sócrates: hoje a cereja em cima do bolo, prova evidente de que há políticos que não servem. O "são todos iguais" ganha força.

Para quê votar? Se a abstenção aumentar, fácil é perceber que José Sócrates tem mais hipóteses de manter o Poder e pelas piores razões. Explicando-me: quanto pior for a governação, mais hipóteses tem de ficar quem conduziu o País ao estado em que se encontra, pela simples razão de que a sua clientela e amigos, esses que vivem à custa do Orçamento do Estado, vão seguramente votar nele.

Grande parte dos outros abstém-se "porque são todos iguais" (e não são, não). Assim se perpetua a incompetência, a má gestão e o saque do País. A abstenção é, pois, a maior aliada de Sócrates e da sua incompetência, e quem não votar terá de assumir essa responsabilidade.





In Correio da Manhã

Movimento de espectadores da Cinemateca


Hoje, às 21h, manifestação de apoio em frente à Cinemateca.

"Sessão temporariamente suspensa" - Protesto pela Cinemateca
Local: em frente ao número 39 da Rua Barata Salgueiro
Hora: quinta-feira, 28 de Abril de 2011 21:00

quarta-feira, abril 27, 2011

Apontamentos de uma terra sem uma gota de auto-estima

A
B
C
DE
F
G
H
CONVIDAM-SE os leitores a comentarem estas 8 fotos (todas tiradas no mesmo dia, em Lisboa) tendo em conta, especialmente, o seguinte:

As imagens B e C são pormenores da A.
As E e F são pormenores da D.
As G e H são de um jardim público (S. Pedro de Alcântara).

segunda-feira, abril 25, 2011

E já lá vão 72 lagostas!!

(Clicar nas imagens, para as ampliar)
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O «JORNAL DE NOTÍCIAS» dedica hoje uma página inteira ao 3.º aniversário dos Prémios António Costa. Para aceder ao respectivo regulamento, clicar [AQUI].

domingo, abril 24, 2011

Faz-se ginástica no Ateneu

2E quanta ginástica não se faz no centenário Atheneu Comercial de Lisboa! Não tanto sueca, muito menos rítmica ou de competição, como se chegou a fazer nos seus tempos áureos, mas cerebral, já que são mais que muitos os “cavalos”, a maior parte com arções, a que os seus dirigentes e funcionários têm que saltar desde há anos a esta parte, dadas as “argolas” em que alguns dos seus responsáveis recentes meteram o pé e o meteram a ele, Ateneu, indo ao cúmulo de, há poucos anos, transformarem em propriedade horizontal o velho edifício sede das Portas de Santo Antão, do que terá resultado a desanexação definitiva do imobilizado do clube, da lendária cervejaria da loja do rés-do-chão.

De facto, tem sido uma autêntica “luta livre” a peleja constante por que esta instituição fundada em 1880 tem passado, para conseguir sobreviver, em contínuo “flic-flac”, no meio de tantas e variadas diatribes e vicissitudes, fruto de opções próprias erradas, umas; resultado da alteração radical nas condições de vida e nos hábitos das pessoas e do local (a moda do «fitness», uma Baixa suja, abandonada e perigosa, etc.), outras.

É, pois, com muita pena minha – até porque fiz lá ginástica nos idos de 60 - que assisto à degradação física do Ateneu, visível na antiga propriedade do Conde de Burnay, onde os salões do piso nobre, o chão e os belos estuques se vão degradando, as construções espúrias entretanto feitas se tornam ainda mais espúrias, há andares devolutos, etc. A isso e ao desaparecimento galopante de disciplinas e de alunos. Revolta, porque o Ateneu podia ter um papel central no rejuvenescimento e na reabilitação de toda aquela zona, que urge dignificar e frequentar ainda mais, uma zona que além de ser o que de mais lisboeta há em Lisboa (palácios vs. ginjinhas, igrejas vs. agremiações desportivas e regionais, equipamentos culturais de referência vs. restaurantes para todos os gostos) é das mais bonitas de Lisboa e das mais pacatas para se calcorrear.

Ora, está na hora da verdade, está na hora de ver a Câmara Municipal de Lisboa honrar a memória dos ilustres deste país que foram passando pelo Ateneu ao longo dos anos, de Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Bernardino Machado e Miguel Bombarda, a Angelina Vidal, Rosa Araújo, Oliveira Martins e Bordalo Pinheiro, por exemplo. E honrá-los será começar, não por “urbanizar” a colina a tardoz, nem por dar dinheiro à toa, mas ajudar a reparar o telhado do edifício sede, estancar as infiltrações, reabilitar os espaços nobres, demolir os elementos espúrios, e injectar, nos respectivos associados e nos lisboetas, aquela vontade indómita que permita ao Ateneu regressar aos seus tempos de glória, sobretudo isso. Façam isso e terão nota 10!



In Jornal de Notícias (21.4.2011)

Bons sinais?


AS FOTOS de cima estão aqui por causa daqueles que julgam que o Código da Estrada não se aplica a ciclistas (muito menos a peões), para os quais existem, inclusive e como se vê, sinais de trânsito próprios. O facto de serem ou não respeitados é outro assunto, que agora não se aborda.
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A PERGUNTA que hoje se pretende colocar tem a ver, apenas, com a imagem de baixo, cujo significado os leitores são desafiados a descobrir.
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Actualização (11h40m): a resposta certa já foi dada, como se pode confirmar [AQUI].

quarta-feira, abril 20, 2011

S.O.S. Monte Estoril (não é em Lx mas é como se fosse...)


Caro(a) Amigo(a)


O Movimento S.O.S. Monte Estoril, pela voz dos responsáveis pela Associação de Moradores do Monte Estoril (AMME), acaba de ser oficialmente apresentado à comunicação social e de tornar público um abaixo-assinado dirigido à Câmara Municipal de Cascais, a Assembleia Municipal de Cascais e à Sociedade Estoril-Sol, solicitando à autarquia o arquivamento do “Plano de Pormenor para a Reestruturação Urbanística do Terreno do Hotel Miramar”, mandado elaborar por aquela sociedade, e entretanto já com o parecer positivo da Câmara Municipal de Cascais; o qual, a ser executado irá destruir definitivamente o Monte Estoril.

Este Movimento de contestação, do qual faz parte igualmente o Cidadania Csc, entre outros movimentos e associações, conta já com a adesão de muitos cidadãos preocupados com o que poderá efectivamente acontecer no coração do Monte Estoril, nomeadamente Marcelo Rebelo de Sousa (1º subscritor do abaixo-assinado), Raquel Henriques da Silva (2º), André Gonçalves Pereira (3º), Carlos Pimenta (4º), Eugénio Sequeira (5º), Daniel Proença de Carvalho (6º), Rita Ferro (7º), João Carlos Espada (8º), Isabel Magalhães (9º), Pedro Feist (10º), Filipe Soares Franco (11º), Alípio Dias (12º), Manuel Pinto Barbosa (13º) entre muitos outros.

Para que este Movimento cumpra integralmente o seu objectivo é vital que o abaixo-assinado agora divulgado publicamente alcance um número significativo de assinaturas.

É nesse sentido que lhe solicitamos o seu Não à destruição definitiva do Monte Estoril, assinando e divulgando o abaixo assinado disponível em http://www.gopetition.com/petition/43663.html
Obrigado.


Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Diogo Pacheco de Amorim e Zeca Ravara




Fotomontagem c/sobreposição de plantas, do antes e do que será depois

sexta-feira, abril 15, 2011

Tudo é permitido?

HOUVE um tempo em que, para se andar de bicicleta na via-pública era preciso ter "carta" (além da "licença", a renovar anualmente). Isso implicava passar num exame, com componentes teórica (código) e prática (por exemplo, guiar fazendo um 8).

Hoje, isso parece-nos um exagero, mas não há dúvida que algumas coisas os ciclistas têm de saber e respeitar: as prioridades, a proibição de andarem lado-a-lado, etc - com particular destaque para os sinais de trânsito que lhes são dedicados. E um deles é o que refere a obrigatoriedade de circularem em ciclovias sempre que estas existam - como sucede nesta avenida de Lisboa (a Frei Miguel Contreiras).

O facto de o ciclismo ser uma actividade saudável e ecológica (e, sem dúvida, a incentivar) não deve significar que tudo é permitido a quem o pratica - e estou a pensar, também, nos que circulam nos passeios, por vezes em grupo e à velocidade que querem e lhes apetece. Pois se até os peões têm de respeitar o Código da Estrada, porque é que os ciclistas hão-de estar dispensados disso?

quarta-feira, abril 13, 2011

Acção Administ.contra Proj. Lg. Rato/nota de imprensa

Chegado por e-mail da Associação Salvem o Largo do Rato:


«Exmos. Senhores


Vimos pelo presente informar que, ao abrigo do disposto na Lei nº 83/95, de 31 de Agosto (DIREITO DE PARTICIPAÇÃO PROCEDIMENTAL E DE ACÇÃO POPULAR), deu esta Associação entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, de uma ACÇÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL contra a CML, com vista à declaração de nulidade dos actos administrativos que deferiram o licenciamento requerido por Aldiniz – Sociedade de Gestão Imobiliária, S. A, no âmbito do Processo n.º 162/EDI/2005, relativos à construção de uma obra nova no prédio sito no gaveto formado pela Rua do Salitre, Rua Alexandre Herculano e Largo do Rato.

Com os melhores cumprimentos

Luís Marques da Silva – Presidente da Direcção
João Mineiro – Presidente da Assembleia-Geral
Bernardo Ferreira de Carvalho – Presidente do Conselho Fiscal
»

terça-feira, abril 12, 2011

domingo, abril 10, 2011

À atenção do FMI

Paragem da Carris junto ao Centro Roma
Uma senhorita galga o passeio, estaciona o jipe e vai à sua vida, confiante (e com toda a razão...) que nada lhe acontecerá.
Idem, na esquina da Av. João XXI, com estacionamento em 2ª fila

Madame impede idosa de usar o passeio, "empurrando-a" para a faixa de rodagem
À porta do Hotel Roma,
para que quem nos visita saiba bem em que país desembarcou.
Não contentes em entrar pelo passeio adentro como se fosse uma faixa de rodagem, estes pândegos ainda o fazem em contra-mão!
No carro da direita, uma madame protesta, buzinando e esbracejando. E com toda a razão, pois o outro não a deixa sair!
QUANDO, depois de amanhã, chegarem a Lisboa os especialistas internacionais que vêm tentar descobrir porque é que o país não tem dinheiro, é bem possível que passem por esta avenida (que fica em caminho) e vejam cenas como estas.
Sendo, decerto, pessoas atentas (e porventura interessadas em desvendar mistérios que envolvam dinheiros), é provável que queiram saber porque é que as autoridades não 'cobram nada' a condutores como estes; ou, em alternativa, porque é que não põem no olho da rua a corja que os não reprime.

NOTA:
se a palavra 'corja' ofender os 'interessados', posso substituí-la por 'cambada'. Ambas são adequadas para etiquetar os que não fazem aquilo para que lhes pagamos o ordenado. Posso garantir que nem um único destes condutores foi incomodado por ter feito o que as imagens documentam.

sexta-feira, abril 08, 2011

Ainda a calçada portuguesa

Av. da República
Praça do Areeiro
A IMAGEM de cima mostra um troço da tão incensada - quanto maltratada... - calçada portuguesa no qual o 'artista' meteu pedras brancas onde deviam ser pretas.
A 2ª e 3ª imagens mostram dois exemplos do oposto.

Por fim - e passe a publicidade... - veja-se como a Barata conseguiu provar que é possível tirar partido dessa 'arte da bandalheira': integrando-a sabiamente numa imagem associada ao seu logótipo.

Av. de Roma

Por uma vez

O tacticismo e a necessidade de sobrevivência política de José Sócrates estão a conduzir-nos ao abismo: todo o interesse nacional está hoje subordinado aos interesses políticos de um só homem e do seu séquito. Não só Sócrates nos conduziu à situação desastrosa em que estamos como a sua estratégia pessoal de manutenção do poder não toma em consideração os Portugueses.

Contra todas as vozes, contra todas as evidências, a cada dia que passa Sócrates agrava a insustentável dívida portuguesa, omite a verdadeira situação das contas públicas e compromete as instituições (estamos num ponto em que até as seguradoras da Caixa, ao que se noticia, compram a nossa dívida). Com toda esta actuação, Sócrates vem comprometendo a vida de todos nós, por muitos, mas mesmo muitos anos (basta pensar no exemplo do TGV, neste condicionalismo). É arrepiante a recusa de Sócrates em reconhecer os erros cometidos.

A cada dia que passa, Portugal piora (apesar de Sócrates se refugiar no orgulhosamente sós) e todas as análises convergem nesse sentido. Mesmo um insuspeito Augusto Mateus fala em irresponsabilidade e "loucura" do Governo, bem como no adiamento de medidas absolutamente fundamentais. Como já referiu a imprensa internacional, Sócrates parece um condutor que avança a toda a velocidade numa auto-estrada, em direcção contrária, convicto de que são os outros automobilistas que estão enganados. A Espanha aprovou um PEC – insisto um – e tem-no cumprido; ora se as nossas contas fossem verdadeiras, as declaradas e conhecidas, se o Governo tivesse falado verdade e se tivéssemos cumprido o primeiro PEC, não teriam sido necessários mais.

Com ou sem crise política, sempre teríamos a seguir ao PEC IV, o V, o VI e por aí adiante, pois o ponto é a incapacidade de o actual Governo deixar de gastar todo o dinheiro que arrecada aos Portugueses ou que lhe é emprestado e gasta-o muito mal, como se vê pela situação a que chegámos. Nunca chega. A apresentação de sucessivos PEC mais não revela do que incapacidade para gerir Portugal.

Sócrates devia, humildemente, recordar-se de uma resposta que deu numa entrevista publicada em Setembro de 2000, na revista ‘DNA’, do ‘Diário de Notícias’. Perguntado sobre se iríamos vê-lo um dia como Primeiro-ministro, respondeu: "Não! Primeiro porque não tenho o talento e as qualidades que um Primeiro-ministro deve ter." Por uma vez tinha razão.



In Correio da Manhã

quinta-feira, abril 07, 2011

Classificar o quê, porquê e quando

Não tenhamos dúvidas: a aprovação pela CML da classificação de cinco Imóveis como de Interesse Municipal é uma boa notícia. Peca apenas por tardia, no que toca aos edifícios em apreço (os processos foram iniciados por despacho de 2007!), e escassa, no que toca a tantas dezenas de outros de igual valor e das mesmas épocas (quando não do mesmo autor), que deviam já estar classificados, ou em vias disso, e não estão, nem se prevê que venham a estar. É uma boa notícia mas podia ser bem melhor.

Todos os edifícios agora classificados merecem sê-lo. Os antigos armazéns da “Abel Pereira da Fonseca”, no Poço do Bispo, da autoria de Norte Júnior; os prédios gizados pelo Arq. Nogueira Jr., no gaveto da Rua Tomás Ribeiro com a Av. Luís Bívar (Prémio Valmor em 1916), e na Tv. do Combro (“Casa dos Açores”); o fabuloso edifício de Cassiano no troço sul da Defensores de Chaves; o edifício dos primórdios da construção em ferro (1907), construído para albergar a Casa do Povo d’ Alcântara, ali junto à antiga rotunda homónima, ainda que sobejamente alterado ao longo dos anos, a nível de interiores e fachada. Só que ninguém chega a perceber o verdadeiro critério da coisa…

Será que tão importante quanto os critérios oficiais - “o génio do respectivo criador”, “o valor estético, técnico ou material intrínseco do bem”, “a concepção arquitectónica”, “a extensão do bem e o que nela se reflecte do ponto de vista da memória colectiva” (vide propostas que suportam as cinco classificações) – são os “outros”, i..e., o facto de todos eles estarem com inquilinos, em bom estado de conservação, e não se vislumbrarem operações urbanísticas ameaçadoras a médio prazo?

Dito de outro modo: será que nos outros casos a CML se amedronta, perde pró-actividade e enterra a cabeça na areia, porque esses edifícios estão devolutos e degradados por força de vandalismos pró-activos, perdem elementos decorativos, telhas, janelas e ardem “espontaneamente”? Quantos desses edifícios são propriedade do punhado de sociedades imobiliárias que vão dividindo entre si o apetecível território de Lisboa feito de prédios de finais de XIX, princípios de XX, com 4-5 andares com várias divisões, pé-direito alto, estuques e acabamentos em madeira exótica e, com sorte, logradouros prontos a esventrar?

Só assim se entende que ainda não estejam já classificados, por ex., o palacete do Saldanha com a Av. República, o prédio de gaveto entre a Elias Garcia e a Av. República (Arq. Norte Júnior) … e que não fossem atempadamente classificados a moradia esotérica da Rua de Alcolena (Restelo), o edifício de cúpula gigante abobadada da 5 de Outubro, o magnificamente afrancesado do Cp. Grande (176-184), e todos os fabulosos edifícios ainda de pé na Av. Dq. Loulé e na R. Rosa Araújo.




In Jornal de Notícias (7/4/2011)

sexta-feira, abril 01, 2011

O que indica a placa?

DOS TRÊS veículos que se vêem em infracção nas duas fotos de cima, apenas um foi multado pela EMEL - decerto por razões muito válidas, porque nem um dos que que figuram nas imagens de baixo (e inúmeros outros cujas fotos se omitem) foram incomodados pela referida entidade - nem por qualquer outra.
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A pergunta que aqui se deixa é a seguinte: «Supondo que quem colocou o placard - que aqui se vê a vermelho - o fez com um magnífico sentido de oportunidade, o que é que lá fez constar?»
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IMPORTANTE:
Para dar direito a um prémio, as respostas deverão ser colocadas [aqui].

Actualização: a resposta certa já foi dada: trata-se de uma placa de oftalmologista (bem apropriada para a EMEL, PSP e PM), como se pode confirmar [AQUI].