sexta-feira, junho 18, 2010

No Reino dos Gestores-da-Treta

Paragem da Carris na Av. João XXI, em Lisboa
Ala N.O. da Alameda D. Afonso Henriques, idem
QUANDO se esperaria que, num período de crise, se incentivassem os transportes públicos e lhes facilitassem a vida (e se fizesse o inverso ao individual, especialmente no coração das cidades), os sinais que são dados à sociedade são estes: aumentos de preços, faixas BUS e paragens da Carris atafulhadas de carros (repare-se, em cima, no agente da PSP que não pode fazer nada porque está de serviço a um estabelecimento...), e tolerância máxima para o estacionamento selvagem.

NOTA: ao contrário do que se possa depreender do que acima se lê, os carros que, na imagem inferior, se vêem a ocupar - e a destruir... - o passeio não estão em estacionamento ilegal: aquele aborto é um parque da EMEL, com parquímetros, risquinhos no chão e tudo!


Mais pormenores sobre este e outros temas no blogue-arquivo No Reino do Absurdo [aqui], que acaba de abrir as portas.

7 comentários:

Ricardo disse...

O 'aborto' só é 'aborto' porque, mesmo depois de devidamente colocada e creio que já preparada, alguém insiste em não reabrir a zona relvada ao público. Essa questão é que me surpreende.
A fotografia também ilustra outra coisa: preguiça que impede que as meninas se desloquem para o outro lado da rua (a maioria vem da estação Metro que também tem saída para o 'lado bom') e que a atravessem nos semáforos existentes no topo da mesma. Revelam também um gostinho pela sombra, que obviamente não censuro.

Da imprensa de 16/06 disse...

As quatro empresas públicas de transporte urbano - Carris, STCP e metros de Lisboa e do Porto – estão em falência técnica acumulando um endividamento combinado de 5,8 mil milhões de euros junto da banca, confirma um relatório do Tribunal de Contas (TC) citado na imprensa desta quarta-feira.
Aquelas empresas quase encontram-se totalmente descapitalizadas, sublinha o Correio da Manhã afirmando que, s ó em juros, pagam 172 milhões por ano aos bancos.

No relatório «Auditoria aos Transportes Públicos Urbanos nas Cidades de Lisboa e Porto», que analisa os sectores de autocarro e metro, o TC conclui ainda que, em Outubro de 2009, o Estado devia 95,8 milhões de euros à Metro do Porto, Metropolitano de Lisboa e à STCP. Só a Carris não era credora junto do Estado.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Da imprensa...,

Em todo o lado do mundo, os transportes públicos dão prejuízo, mas é algo que a sociedade aceita, porque é o preço a pagar para evitar algo muito mais gravoso: o bloquear das cidades pelo transporte privado, o que pode ter custos muito maiores (poluição, tempo perdido, etc).

É claro que a dimensão desses prejuízos empresariais pode ser maior ou menor, dependendo da competência de que gere essas empresas.

Por outro lado, a partir de certos valores, o aumento dos preços não contribui para a redução dos prejuízos, pois afasta os clientes.
A solução pode estar, ao invés, na redução (ou manutenção) de preços, como acaba de fazer a C. M. de Coimbra.

Tudo depende do "preço óptimo", que se estuda em Economia, e que não dá para estar aqui a explicar.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Ricardo:

Se clicar no link indicado, verá outras fotos: se os carros chegassem um pouco à frente (bastaria meio metro), já os peões passariam...

Carlos Medina Ribeiro disse...

No 'link' indicado, podem ver-se fotos de um outro parque de estacionamento, ali mesmo por debaixo deste.

Tem 500 lugares (em 5 pisos de 100), e está com a percentagem de ocupação habitual - o piso inferior até está sempre encerrado, como uma das fotos mostra, e pude confirmar falando com funcionários de lá.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Coloquei aqui apenas uma foto para não estar a encher muito o blogue.
Podem ver-se outras, tiradas no mesmo local, p. ex. [aqui] e [aqui].

Ricardo disse...

Caro Carlos: O meio metro à frente não se aplica a este caso porque os pilaretes desse mesmo estacionamento estão bem de pé (coisa rara e positiva).
À frente desses pilaretes encontra-se rede metálica em todo o perímetro da relva que impossibilita a passagem para a mesma e para o largo passeio que a limita.
Daquele lado, o ideal era o peão subir a Alameda entre os pilaretes e estes carros, mas o comprimento de alguns (como este em primeiro plano) não o permite.