segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Afinal em que é que ficamos?


O Clube de Tiro de Monsanto está na perfeita ilegalidade desde há quase dois anos, altura em que o executivo camarário não renovou o protocolo de cedência do terreno de Monsanto, aproveitando, e bem, a possibilidade de assim pôr cobro a uma situação imprópria de um país civilizado: manter um clube de tiro ao chumbo em pleno parque florestal, contaminando os solos ao longo de décadas e pondo em perigo pessoas e bens. Agiu bem a CML, dando assim provimento a uma série de protestos, onde se incluia na altura o do hoje vereador dos Espaços Verdes.

Só que passados quase dois anos a coisa está em águas-de-bacalhau. Pior, o agora vereador arrasta o problema e parece ter a memória curta. Só que os cidadãos não a têm e, das duas uma, ou o a CML acaba com as dúvidas, fecha o clube de vez e arranja um local alternativo (Cascais, por ex., veria a hipótese de bom grado) para a prática desta modalidade olímpica, devolvendo a paz ao parque de Monsanto, ou assume o ónus de virar a casaca. Já chega de faz-de-conta!

1 comentário:

Anónimo disse...

HA DOIS ANOS!!!!!!!!!!!!!!!!!Camâra confirma saída de campo de tiro de Monsanto
Processo conturbado


Ana Fonseca

"Não faço qualquer comentário". Foi assim que o presidente do Clube Português de Tiro com Chumbo (CPTC), Duarte Ferreira, reagiu quando solicitada, pelo JN, a tomar uma posição sobre o veredicto da Câmara de Lisboa que estabelece a saída do equipamento do Parque Florestal de Monsanto. Contactado pelo JN, o vereador do Ambiente, José Sá Fernandes, afirmou que a "decisão é irreversível" e que o próximo passo "será a realização de um encontro para marcar a data da saída".

Nessa altura, adiantou o autarca "poder-se-á ponderar a hipótese de disponibilização de um outro local, no concelho de Lisboa". Contudo, "as sugestões terão de ser dadas pelos responsáveis do clube de tiro". Quanto à futura utilização do espaço - área verde e edificada - que ficará livre, Sá Fernandes respondeu que " deverá ser alvo de um concurso de ideias".

O despacho conjunto do vereador do Ambiente e do presidente da Câmara Municipal avançou na sequência do "indeferimento liminar" do projecto apresentado pelo CPTC, que visava a manutenção do equipamento no local, "através da adopção de medidas minimizadoras do impacto ambiental da prática de tiro, uma vez que este configura uma violação do artigo 80º do Plano Director Municipal (PDM)", conforme diz um comunicado camarário.

Saliente-se que o projecto apresentado pelo CPTC, e que deveria garantir não só a descontaminação dos solos, como a ausência de ruído, segurança e preservação da natureza, contemplava a construção de um muro com 615 metros de extensão e cinco de altura no Parque de Monsanto.

A decisão camarária vem assim ao encontro das aspirações de vários movimentos ambientalistas e da sociedade civil que há muito reivindicavam a saída do campo de tiro do local. O que, sublinhou Sá Fernandes, "por falte de vontade política nunca aconteceu".

Ao JN, Carlos Moura, da Plataforma de Defesa de Monsanto, apesar de afirmar que a solução do problema "está mais próxima", o que corresponde a uma "ambição da plataforma", considerou "a argumentação apresentada pela Câmara para contestar o projecto do clube bastante fraca". "Isto - vaticinou - ainda irá dar muitas voltas".


Várias têm sido, ao longo dos anos, as tentativas para pôr um ponto final à polémica que envolvem o Campo de Tiro. O ano passado, numa carta enviada pelo então vice-presidente da autarquia, Fontão de Carvalho, foi considerada finda a concessão do terreno onde o clube se encontra instalado, com efeitos a partir do dia 13 de Fevereiro deste ano. Porém, um dia antes foi dado um prazo de três meses para desocupação do terreno. Mas, segundo a Câmara, o Clube continuou a actividade, tendo-se determinada a sua suspensão imediata no dia 4 de Setembro. O processo terminou com a edilidade a não aceitar o projecto de medidas minimizadoras do impacto ambiental que, entretanto, o Clube de Tiro apresentou.