sábado, setembro 27, 2008

Piscina Municipal da Boavista está há três anos pronta mas nunca abriu ao público

"Piscina Municipal da Boavista está há três anos pronta mas nunca abriu ao público-PÚBLICO-27.09.2008, Ana Nunes

À semelhança do que acontece com a Piscina do Alvito, em Alcântara, o equipamento nunca chegou a ser estreado, mas a autarquia já anunciou que a abertura será no próximo mês
A Piscina Municipal do Bairro da Boavista, em Lisboa, cuja construção está concluída há três anos, encontra-se ainda encerrada ao público. A situação é "grave", descreve o vereador Pedro Feist (Movimento Cidadãos com Carmona), pois o equipamento encontra-se "em degradação" sendo alvo de "vandalismo", facto confirmado pelo departamento de desporto da câmara. Não sendo situação nova na capital, este caso junta-se ao da Piscina Municipal do Alvito, em Alcântara, também pronta, mas encerrada. Há agora uma diferença entre ambos: a câmara anunciou que a piscina da Boavista deverá abrir no próximo mês.
No local, a degradação é visível: há portas e vidros partidos, caixilhos retirados. Segundo a autarquia, "há danos estruturais importantes que impossibilitam o bom funcionamento do equipamento". Porém, o presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Domingos Pires, diz ter "uma informação recente" de que a Câmara de Lisboa já terá uma solução para a Piscina da Boavista, e que os serviços camarários confirmaram ao PÚBLICO, segundo a qual o equipamento abrirá no próximo mês, sendo que "ainda se aguarda pela reparação de algumas estruturas", mas que "não comprometem a sua abertura".
Processo controverso
"A piscina foi construída após um processo bastante controverso, e ainda durante a fase de projecto", adianta a autarquia. O plano inicial, do departamento de desporto, não contemplou a cobertura da piscina, sendo retomado pela Direcção Municipal de Projectos e Obras, que o concluiu e lançou a obra.
As dificuldades não ficaram por aqui e, após a recepção provisória do equipamento, em 2006 e depois de 900 mil euros gastos, verificaram-se lacunas nas obras, "umas por não estarem contempladas no projecto, outras por estarem erradas". Situações como a não existência de ramais de comunicações e circulações não permitidas entre o pavilhão e a piscina, explica a autarquia. De acordo com a edilidade, o processo de resolução dos problemas decorreu até Maio de 2008 devido "às dificuldades em responsabilizar o empreiteiro".
Opinião contrária é a de Pedro Feist. Para o vereador, que ao tempo dos factos tinha o pelouro do Desporto, "o problema colocou-se na gestão do equipamento" que deveria ter sido entregue à gestão de dois clubes do bairro - o Social e os Águias - aos quais foi sugerida uma fusão que nunca chegou a realizar-se. "Foi feita uma sede conjunta para estes clubes, mas como não se fundiram ficaram sem a gestão de todo o equipamento, que inclui a piscina, o complexo desportivo e um campo de futebol", diz Feist.
Para o vereador, o impasse deverá ter durado "três anos". E sendo aquele um "bairro problemático", foi tomada a decisão de dar o nome de Maniche ao complexo, "um filho da terra, de modo a que fosse o sentimento a fazer com que o local fosse protegido do vandalismo". O que não resultou. O passo seguinte foi sugerir uma empresa municipal de gestão, o que ficou "em águas de bacalhau", lamenta o vereador.
A autarquia diz que a piscina está abrangida pelo Programa de Apoio à Natação da autarquia, o qual "contempla a possibilidade de ser atribuída a gestão do plano de água a instituições do movimento associativo que apresentem projectos de desenvolvimento da natação em instalações desportivas municipais". De acordo com o departamento de desporto, "decorrem negociações com um grande clube de natação da área envolvente, no sentido de estabelecer as bases de um protocolo que permita a gestão desportiva da piscina. "

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez se pudesse instalar lá o Museu dos Coches...