sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Uma inauguração à portuguesa

Vai abrir o Túnel do Rossio

Três anos e 49,5 milhões depois,os comboios voltam a circular no Túnel do Rossio. Para trás fica uma obra ainda marcada pela polémica, que servirá cerca de 100 mil utentes por dia.

Nem com a reabertura iminente, o Túnel do Rossio deixa de causar polémica.
O atraso nas obras e consequente derrapagem das contas, que levou à rescisão do contrato da REFER com o consórcio liderado pela Teixeira Duarte, está agora no Supremo Tribunal Administrativo.

Soube-se ontem que a REFER contestou em Janeiro o pedido de indemnização de 30 milhões de euros da Teixeira Duarte, defendendo a legitimidade da sua rescisão. Ontem, o Metropolitano anunciou que, a partir de dia 17, com a reabertura do túnel, os utentes da CP sem título válido no metro deixarão de poder utilizar aquele meio de transporte. Foi uma ameaça de derrocada que ditou a empreitada, que deveria ter terminado em Julho de 2006 e acabou por estender-se até 2008.

Amanhã, com festa e música reabre o túnel por onde, domingo, recomeçam a passar quase 100 mil utentes/dia.

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2 comentários:

Anónimo disse...

O túnel reabre atrasado e com (como aliás é forçoso, em obras públicas) derrapagem orçamental.

E para inaugurar uma obra pública cujo prazo e custo o Estado não soube fazer cumprir (como aliás é forçoso, na actuação do Estado), o licenciado Sócrates comparecerá, a acreditar no que tem sido dito, a bordo de um Alfa Pendular.

Comboio que não será suposto servir aquela estação e que exibe níveis de conforto que os "utentes" (vocábulo-resquício do PREC e do horror à noção de "cliente") daquela estação decerto não conhecerão no seu quotidiano.

O Estado - como aliás é forçoso, na sua actuação - inaugura com pompa, gasto e absoluto (e insultuoso) desfasamento da realidade, uma obra que deveria ser posta ao serviço discretamente, sem cerimonial e com um grande pedido de desculpa aos cidadãos pela incompetência, novamente demonstrada, de quem lhes malbarata os impostos.

Mas estamos no país das "sessões solenes" e do "uso da palavra", convém não esquecer.

Costa

Anónimo disse...

Uma inauguração à portuguesa.