sábado, junho 02, 2007

Política pura em Lisboa

Mesmo que tenha o pudor de não dizer aqui o que quero, permitam ao menos que tenha a liberdade de dizer o que não quero…

É tempo de política pura, por mais um mês e meio. Depois, volta tudo ao normal.
E, por uma vez, estou de acordo com Manuela Ferreira Leite. Lisboa não quer Sérgio Lipari Pinto. Ela bem o disse a Negrão. Mas, dizem-nos do interior do próprio PSD sem qualquer rebuço, o peso de Lipari no aparelho do PSD é grande (preside a uma das maiores secções da Cidade). Esse poder foi construído milimetricamente: entrada a rodos de JSD – primeiro na Gebalis (2002-2005, como director-geral) e depois na CML, nos vários pelouros que tutelou. Isso agora é tudo garantido por militantes que o detestam. Seguiu-se, na construção desse tal poder no aparelho, o apoio a Paula Teixeira da Cruz para a Distrital. O homem tornou-se então indispensável. Mesmo que se saiba de ciência certa que tudo aquilo em que mexe dá bernarda e de forma descarada e desajeitada. Sei de quem, sendo assessor / a de Carmona e ex-colega de Lipari, não esconda nem o desprezo intelectual por Lipari nem a avaliação muito negativa da sua actuação no que toca ao prestígio quer da CML quer do PSD. Visto de dentro, é assim.

Mas não só...

Manuela Ferreira Leite é mandatária de Negrão. Ela defendeu publicamente que nenhum (repito: nenhum) dos membros da anterior equipa devia ficar na lista. Estaria a pensar sobretudo em Lipari – dizem-me.
Mas não lhe valeu de nada: Lipari está lá e está de pedra e cal, mais uma vez. É vê-lo, em todos os actos públicos de Negrão, a espreitar e a pôr-se em bicos de pés para as câmaras…

Mas isso tem custos para o PSD...

Há quem garanta que de cada vez que Lipari aparece, o PSD perde mais uns votos.
Mas Lipari não é mentecapto, como alguns pretendem fazer crer. Hoje sabe-se que quando ele afrontava publicamente Carmona não era por ser mal-educado ou idiota: era mesmo para afrontar Carmona e isso ao serviço de uma estratégia do PSD. Do «seu» PSD.
Mais: uma pessoa que ao longo de anos e anos, paulatinamente, dia-a-dia, pacientemente, monta uma estrutura de apoio de militantes usando para isso o favorecimento pessoal, em trabalho de formiguinha, não é incompetente: é mas é, isso sim, muito competente, desesperadamente competente. Só que usa essas capacidades na direcção errada…

As últimas são do melhor...

Lipari não desistiu ainda de continuar a ser incómodo e desajeitado até ao último segundo – que acontecerá em 15 de Julho, espero.
Só uns apontamentos. Primeiro: já esta semana, em trabalho de campanha, levou Negrão (repito: em campanha do PSD) a uma festa da Gebalis, empresa municipal que tutelou até há umas semanas. Isto é usar o aparelho do Estado para fins partidários e suponho que não passará em claro a Marina Ferreira, a actual Presidente da (CA da) CML. O próprio presidente da Gebalis se sentiu incomodado e classificou publicamente o acto como «lamentável».
Segundo: há uma semana, levou Negrão a uma festa de idosos de uma pequena associação (20 idosos utentes), na qual Negrão fez o elogio de um serviço da CML chamado «Lisboa Amiga». Bronca das broncas: um dos últimos actos de Lipari, ali ao lado, enquanto ainda era vereador, fora exactamente acabar com esse programa de apoio social… Mais: Carmona veio há uns dias acusar Lipari de ter em carteira 200 casas de habitação social paradas e desabitadas e não as ter atribuído a inquilinos… nem ele Carmona sabe porquê: «Em um ano e meio Lipari só atribuiu uma casa», acusa Carmona agora.
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Entra agora a Universidade Atlântica nas histórias da Gebalis...
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Outra: quando mandou fazer um relatório sobre a Gebalis, logo a seguir à ruptura do PSD com Nogueira Pinto (julgo que em Fevereiro/Março deste ano), o relator foi Themudo Barata. Acusaram Lipari de ter nomeado uma comissão composta por amigos seus para escreverem o que lhe convinha a ele, Lipari. Isso deu um sururu dos diabos (foi apenas há três meses, mas parece que foi há anos, tantas foram as peripécias destas semanas...). À minha frente, apertado pelos jornalistas nos Paços do Concelho, Lipari disse na altura que «nem conhecia Themudo Barata».
Pois bem: pela boca morre o peixe. Vem-se a saber que Themudo Barata, Paula Teixeira da Cruz e Marques Mendes se cruzam todos na história recente da Universidade Atlântica / Oeiras, de que é accionista maioritário a Câmara de Oeiras (Isaltino os nomeou ou apoiou a nomeação de todos eles para lá, e Isaltino, agora zangado com o PSD, os apeou a quase todos de lá). Pode ler isso no 'CM' de ontem, por exemplo. Aqui.
Portanto, a nomeação de Themudo Barata para o tal relatório sobre a Gebalis (uma questão ainda em investigação na PJ e que Nogueira Pinto garantiu que levaria a tribunal), essa nomeação, no mínimo, resultou dessas parcerias em Oeiras entre amigos seus. «Não o conheço», dizia Lipari, julgando que podia enganar todos todo o tempo. Mas não pode. O mundo é mesmo pequeno. E tudo se vem a saber...
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Dito de outra forma: onde quer que Lipari meta a colher, só dá asneira!

O problema é que, até há quinze dias, as suas asneiras eram pagas por Lisboa: mais despesa galopante e menos e pior serviço na área social já de si tão debilitada na Cidade...

7 comentários:

Anónimo disse...

É por ter dununciado estas e outras jogadas, que o vereador José Sá Fernandes se transformou num alvo a abater.

Vejam a capa do Correio da Manhá de hoje

Fisco penhora Sá Fernandes...

Só que a noticia refere-se a RICARDO Sá Fernandes irmão do vereador JOSÈ Sá Fernandes.

Mas quem só ler as grandes fica com uma informação truncada.

E assim vai o jornalismo em Portugal, e a campanha para a Camara de Lisboa

Anónimo disse...

E ainda falta falar dos seus capangas aqui para os lados de Benfica e S.Domingos de benfica são resmas deles....

Anónimo disse...

O Lipari é uma vergonha para Lisboa e para o PSD. É um incompetente, parece mentira como foi possível ele ser vereador em lIsboa.

Anónimo disse...

Lipari, o alpinista

Lipari chega a Lisboa, vindo de Macau, há menos de 10 anos. Ninguém o conhecia.Hoje é um dos homnes fortes da CML.
Concorfo com o comemtador anterior, Lisboa náo quer Lipari e os seus acólitos.

Anónimo disse...

Bem podemos queixar-nos aggora, quando estivemos calados antes porque os nossos empregos estavam seguros.
O que parece certo é que o duende satânico Lipari reforça a sua influência na lista de Negrão.
Parece que o paspalho do presidente da Junta de São João, afonsinho costa (mas sem um décimo da coluna vertebral do homónimo) vai subir na vida.
Logo ele que só aparecia na junta à tarde, a arrastar a ressaca, pois, como próprio dizia: o salário de Presidente da Junta era só para gastar na 24 de Julho!
Logo ele que ficou muito espantado por não poder despedir de imediato os funcionários, quando ainda por cima já tinha prometido empregos aos amigos betos da Penha de França!
Logo ele que pôs um tesoureiro monga que paga à sua própria empresa pelas horas (tão poucas!) que passa na Junta!
Logo ele que tem um secretário que não só faz a Junta comprar-lhe um computador para brincar aos caubóis (até porque nem nas reuniões de Executivo da Junta aparece!)como ainda tem a lata de facturar ao erário público uma malinha para o seu recém-gamado computador!
Foi esta geração de escumalha social que o Lipari e o Santana trouxeram e que os lisboetas elegeram. Agora aguentem-se!
Até porque adivinhem lá o partido que aguenta o PSD em São João (e nos resto da cidade, quando se trata de negociatas).
Pois é. Adivinharam. É o PS que dá cobertura a isto tudo!

Anónimo disse...

Mas o Lipari é mais perigoso. Primeiro foi o homem de mão do Antóni Preto e da Helena Lopes da Costa. Agora É do Marques Mendes e da Paula Teixeira da Cruz. É ele que faz os fretes, o trabalho sujo é ele que põe gentinha dele para garantir votos aos "padrinhos". Antes era Carmona o tramado agora será o Negrão. Este tipo é escumalha do pior. Gente sem escrupulos. Uma vergonha para o PSD.

José Carlos Mendes disse...

Sei que há muita gente gente desvairada com estas histórias e sei que muitos têm as suas razões fortíssimas para escrever coisas destas.

Mas peço sinceramente: mantenha a dignidade da linguagem.

Registo, cm apreço.