terça-feira, março 13, 2007

Agarra que é ladrão!

De vez em quando, tropeçamos em textos que, apesar da data que ostentam, ainda são perfeitamente actuais. Este que aqui fica foi publicado em Dezembro de 2005.
HÁ DIAS, assisti a uma cena muito interessante: um polícia-de-giro, respondendo a um apelo de «agarra que é ladrão», desatou a correr atrás de um jovem e fogoso carteirista. Apanhou-o, e, depois de o imobilizar rapidamente, levou-o preso para um carro-patrulha. Fez tudo sozinho, como se fosse a coisa mais natural do mundo!
Claro que a cena não se passou em Portugal: foi em Sevilha, numa das avenidas principais.
Fiquei perplexo, e na altura interroguei-me: quantos dos nossos agentes da autoridade seriam capazes de fazer o mesmo?
Claro que não será por falta de meios (o polícia espanhol apenas usou as pernas para correr e as mãos para agarrar o gatuno). Talvez falta de preparação? É bem provável que sim, juntamente com uma grande ausência de motivação pois, segundo me dizem elementos da polícia com quem tenho falado, os larápios são quase sempre soltos e ainda se vêm rir deles.
Mas, se é assim, haja quem faça com que deixe de o ser, pois é para isso que todos pagamos «aquilo que se sabe»... e não é pouco.

Entretanto, vêm-me à memória os tempos em que havia três esquadras da PSP mesmo ao pé da minha casa: não havia rádios, nem telemóveis nem carros-patrulha, nem motocicletas mas, em caso de urgência (que tanto podia ser um assalto como uma simples zaragata de rua), bastava um telefonema: ao fim de poucos minutos, um agente aparecia (em geral, sozinho e a pé) e tratava do assunto.

Como toda a gente sabe, há muito que deixou de ser assim. Os «entendidos nestas coisas» mandaram encerrar esquadras de bairro, abriram outras «super», e o resultado é que, actualmente, passam-se dias e dias que não vejo um único agente na minha rua - onde os roubos e os assaltos são frequentes.
Viemos agora a saber que vão fechar ainda mais esquadras e postos - da PSP e da GNR. Deve haver quem garanta que assim melhoramos. Seja. Mas podem explicar melhor essa ideia, que nós prometemos não interromper?

2 comentários:

Anónimo disse...

Para dizer a verdade, custa-me um bocado a acreditar que em Sevilha alguém tenha gritado «Agarra que é ladrão»...

Anónimo disse...

Talvez «Pega que es ladrón!»...